quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

"Paixonite aguda"

Estava me sentindo mal havia dias: não conseguia me concentrar, nem dormir- isso nunca havia acontecido comigo. Meu coração batia tão rápido, minhas mãos suavam. Estava para baixo, com sintomas de algo pelo qual eu nunca havia passado. Não conseguia pensar em mais nada, exceto em lembranças. Estava tão afobada! Desesperada seria a palavra certa... Não sabia o que eu deveria fazer. Apesar de tudo isso me sentia intensamente feliz, enérgica, contente, sorridente. Uma explosão de sentimentos !

Pedi a minha mãe que me levasse ao médico. Eu realmente não estava bem. Disse a ela o que eu tinha. Mamãe ficou surpresa e riu, e eu não entendi o motivo do descaso. Achei que ela estava sendo egoísta, que não tinha tempo para mim... Esperei que ela dissesse algumas palavras, desse algum palpite ou até mesmo receitasse um remédio que fosse, e nada... simplesmente nada! Limitou-se a rir sozinha. Fiquei furiosa e comecei a chorar. Ela chegou perto de mim e disse “Isso filha... Bem, como posso explicar? São sintomas sabe... o nome da doença você provavelmente nunca ouviu falar... Chama-se paixonite aguda.”. Assustei-me, então eu realmente tinha alguma coisa! Limpei meus olhos e indaguei: “Tem remédio mamãe?” Ela me respondeu com aquele sorriso maravilhoso “Tem sim filha. Na verdade há dois: paciência e tempo”.